domingo, 11 de abril de 2010

... Desesperadamente, elevei meus olhos ao primeiro ponto mais próximo de mim: o rosto. O desconhecido rosto. Já era noite, porém seu rosto estava totalmente nítido, e assim, ímpido pude ver o que meus olhos não quiseram ver antes.
Minhas mãos cada vez mais frias. Meus lábios já sangravam ao frio. Lábios esses que por vezes tocaram os seus naquela breve valsa da alma. Alma esta que não prevê o porvir. Óh lábios ensaguentados.
Seus olhos faziam queimar o gelo seco. A podre pedra da alma suja e sem valor. O coração gelo seco, as mãos petrificadas. O não. O sim. O nunca.
No tei sobre seus ombros, o vél ruivo. Cabelos. Vel feio, vel impuro. Impureza de uma mulher só. Não eram seus. Eram dela. Fechei os olhos. Quis pacientemente acreditar que tudo foi mentira. E era.
Acordei. Mais um pesadelo acaba aqui. Aqui jaz mais um pseudo-amor. Pesadelo-amor.
Já de olhos abertos pude sorrir, achando eu que iria chorar o mesmo sangue de meus lábios. O tempo me obrigou. A vida pede pra continuar...

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