domingo, 2 de outubro de 2011

A diferença entre gostar e amar é que, quando se ama, não existe preposição que os separe.

domingo, 28 de agosto de 2011

Uma hora

Por alguns instantes...
Senti o gosto do meu gosto no gosto da tua boca. O toque profundo dos seus olhos a procura de uma resposta em minhas pupilas.
Minha mãos, pobres mãos, no toque do toque da sua pele. Sentia nítida a pele que por baixo corria o sangue nas veias.
O cheiro do gosto do beijo mau dado na nuca. O gosto da nuca. O cheiro.
Tantas pernas, já não sabia quais eram as minhas, quais eram as suas. Emaranhado de nossas pernas. Eu em você. Você em mim. Por alguns instantes... nós.
Um sorriso na hora errada que para um beijo. Um gosto que eu não senti direito e queria de novo. Roubava, mas roubava no bom sentido. Te trapaceava, mas trapaceava no bom sentido. Te sentia no melhor dos sentidos.
Realidade? Não é que ela existe?! O relógio físico já havia marcado mais de uma hora incessante. Foi aí que descobri a diferença entre segundos de ponteiros e os segundos de pulsar das veias.
Por fim, as células sentiram falta. O gosto deixou marcas.
E a cada vez que tento pôr um ponto, a caneta insiste em escapar pra linha de baixo e fazer uma virgula.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Outra página, era como diziam ser as novas histórias. Mas como já é uma história velha, de página amarelada, acho que só estou relendo este livro. Talvez mais um daqueles livros que você lê e re-lê e nunca entenderá. É onde descubro a insistência.
Persistência. É isso que acontece dentro da minha cabeça quando tento pensar em algo e esse algo me leva a outro algo, que me leva a você. E o mais incrível, é que, mesmo você estando tão longe, a uns mil e mil quilometros daqui, ainda insisto em te encontrar na mente em um segundinho só. Nesse mesmo segundo, a vida passa. Tem gente la fora. Telefone toca. Alguém se apaixona. Alguém termina. Alguém morre. E você? Onde?
Não quero mais olhar pra dentro, pois encontro vestígio de um ser completamente imbecil, que perde todo o tempo do mundo, já que meu mundo é você mesma.
Outro dia mastiguei uma maçã. Tão avermelhada, de gosto tão bom. Por algum motivo, a vermelhidão e o gosto me lembraram você. Sem contar num outro dia, que abri a porta. A maçaneta me lembrou você, uma coisa que tinha dito. Ou então, naquela outra vez que respirei, puf... aquela vez pude te sentir perto de mim, o quão intensa foi a lembrança.
Já parou pra pensar em quantas pessoas dizem "eu te amo" por dia? "Eu te amo"... É só mais uma daquelas coisas que você diz quando sente que não há mais nada a dizer e você está completamente sem argumentos. Por isso, você não o diz. Mas seu jeito de dizer "meu amor" sussurrando, completava qualquer argumento, motivo, ideia, momento, imagem, música, sorriso...
Qualquer começo, aqui, é recomeço.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Volta.
Seus ares, meus ares. As flores do passado. Ainda há flores.
Eu escolhi. Escolhemos. Foi assim que escrevemos, por fim, que seria.
Por um fim. Pôr um fim. Fim é inicio.
Eu descreveria as tuas celulas detalhadamente se quisesse, mas só quero perder-te a cada instante dentro de mim. De minhas veias.
Estranho dizer que meu primeiro ver a ti foram tuas mãos. Aquelas que passavam rapidamente as páginas de um livro velho qualquer. Posteriormente, minha ruiva.
De amargo a doce, vem sempre o gosto de você. Vem sempre, e gosto de você. Aquele amar incondicionalmente se perde as latitudes de meus olhos em tuas curvas.
É sentir saudade e cheiro. Sentir o cheiro da saudade, que de profunda, me faz lembrar daquilo que nunca vivi. Nunca toquei. À esses te defino, minha dádiva.
Como foram outras, de outras virão a ser. Mas de você, nunca deixarei aquele "eu" ser. Meu ser em você. Seu ser em mim. Seu eu em mim. Meu eu de você.
De pele tão palida, de voz tão aveludada, de mãos tão frias e olhos tão firmes. De tudo isso, se fez minha amada. De tudo aquilo que eu fiquei cega o suficiente pra não ver. Apenas venero. Apenas venero. Venero o teu o meu ser. Minha suprema.
De volta.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Nova aeon em pensamentos
Acreditar é diferente de ser efetivamente.
Foge a retorica a explicação de tal fato, apenas a conclusão. ACEITE.
Uma donzela, de nome Babalon, deitou-se nas rosas do campo e fez do cenário limpo o caos revolucionário. Força, fertilidade e feminilidade são seus lemas. Mas lembre-se, apenas ACEITE.
Da nova aeon pode-se levar o posicionamento dos astros no dia e na hora de seu aniversário.
Apenas, ACEITE. Apenas.
18 teses para que você apenas aceite. 93 calculos para te provar um equilibrio, mas apenas aceite.
3 piramides e 3 estrelas fariam toda a diferença se, com elas, tivesse um manual.
Mas, enquanto eles guardam o segredo, apenas aceite.
Nova aeon em pensamentos.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Cama. Céu. Leito. Véu.

Estridente, mente Joana.

Coberta de razão, às 3 da manhã, observando o céu.

Estridentemente, Joana.

Resolveu contar estrelas. Contou estrelas, os dedos das mãos, os dedos dos pés.

Contou quantas vezes se perdeu, contou nas estrelas quantas lágrimas deixou escapar, cortou a realidade.

Coberta de ilusão, às 4 da manhã, observando o infinito crítico.

Observando estrelas, sem muitas esperanças, lembranças de Bilac, lembranças da noite passada.

E disso só se tinha 10 minutos.

Estridente, mente, Joana.

Joana mente para si e o pior de tudo, é que Joana acreditava.

Joana mente para as estrelas.

Joana gritava o mais alto que poderia, e por isso, o mundo a escutava.

Estrondosamente, mente Joana.

Acorda.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ela se fez forte. Deixou Paris. Levou paris embora, levou a brisa, levou-se fora d'alí.
Juntou seus cacos, deixou pelos caminhos os abraços e esqueceu de tudo quanto era imagem que podia lhe aflingir.
Uniu-se em prantos. Se dispersou em cantos. Levou-se mais uma vez, fora daqui.
Atou-se a ela. Fez uma trança, catou as malas, tomou sua última xicara de café.
Sentiu-se pela primeira vez em morte, forte. Sentiu-se pela primeira vez.
Sabia que de tudo o que tinha, o que havia era só ela. De alma pra fora, de dentro da alma, tudo era.
É a partir d'alí.
Nesses caminhos, nessas circunstâncias encontrou um rapaz de mesma bagagem. Juntou-se as tralhas, olhou de canto com desprezo. Longe de mim.
Decidiu levar em frente de frente o que lhe passava em mente, que era nada mais do que ir e ir.
Foi-se.
O rapaz a segui-la por migalhas no caminho, se pôs a chamar a atenção da pariense mal educada.
"O que quer? Morra, suma daqui."
Juntando-se de migalhas, pouco a pouco, ele se impôs a moçoila. Ela se desdenhou e deixou que ele a fizesse fraca. Fraqueza, daqui em diante é declinio.
De declinio por declinio, por fim a moça percebeu seu ápice. Seu ápice mais do que de morte, de consolo.
O rapaz desatou suas mãos quando ela menos esparava e, ao abrir os olhos, ao abrir o sorriso, ele se fez ir na luz da lua. Ele se foi.
Ela se consolou aos braços de outros, se consolou as mãos de outros que inigualavelmente eram melhores. Porém, o desprezo aséptico da moça a fez perceber que a sua força estaria presente dentro de si.
Ela retornou a Paris.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Adocicados lábios, eu te encontrei.
Doce na manhã ao me beijar. Luar, as noites a te admirar.
Adocicados lábios, espero te rever.
Assim que divides o céu com o sol, espero que a luz que te refaz seja minha e sua.
Dividiremos a terra, dividiremos a cama, dividiremos seus lábios.
Adocicados lábios, espero que entenda
Que cada noite em claro, telefonema
Cada verso mal feito, cada medo
Que de ciumes foi feito meu amor por você.
Adocicados lábios, sinta-se em casa
Quando em meus braços se deitar a velar sua alma
Quando em teus olhos eu quiser repousar
Adocicados lábios, lábios adocicados
As ondas do mar insistem em quebrar no leito
Os olhos dos amantes insistem em admirar a lua
As mãos perdidas insistem em procurar as suas
Seus adocicados lábios, de encontro aos meus lábios amargos
Amargurados, que de amargura deixaram de ser
Divida teu doce com quem quer que seja, que assim como as ondas, assim como a noite, assim como a alma, assim como as estrelas, os pobres amantes e a velha lua
Meu amor surge e insiste em te querer.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Se é para que se tenha tempo, ter é parte. Se parte de mim se perde com o tempo.
Parte da parte resolve sempre partir no fim, ou no meio. E de fase por fase, divida as partes dos meios.
Meio, nunca precisou ser na metade. Tudo é tempo, tudo são cores. E assim como se passa o tempo, elas se perdem, lembrando um dia, o branco. Que branco é cor e tempo.
Ilusórias perdas.
Ilusórios destinos.
De ilusão por ilusão, se faz o tempo, que ilusão também são cores.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Mil balões. Frases. Desperdício deixa fluir com o tempo, o tempo.
Borboletas. Palavras soltas se prenderam ao estômago. Garota linda.
Garota linda do suspiro forte, da raiva e da magoa.
Gosta de ameixas, morangos e da falta de afeto. Cigarros, tequila e amores que vieram depois.
Saber prender as unhas aos lençóis não faz de ti um novo amor. E na porta da alma, ainda exitem todas aquelas futilidades que as mulheres fazem.
E os balões podem ser de todas as cores, mas o ar ainda é transparente. As borboletas podem ser de mil balões de mil cores, mas a alma é transparente.
A mágica dos sorrisos em dias de sol. A mágica dos beijos na chuva. A mágica das nuvens, das árvores e das flores. Nada disso faz diferença a mágica das mágicas na mágica.
Se tudo que lhe parece sem nome é amor, amor é nada. Porque nada também não pode ser descrito em zero.
Todas as vezes que se sente incompreendido, é culpa sua. Não sabe usar mágica e a culpa é da cartola. Não sabe colorir e a culpa é das borboletas. Não sabe respirar e a culpa é dos balões.
Não sabe viver e a culpa é minha. Não sabe amar e a culpa é da mágica.