domingo, 28 de agosto de 2011

Uma hora

Por alguns instantes...
Senti o gosto do meu gosto no gosto da tua boca. O toque profundo dos seus olhos a procura de uma resposta em minhas pupilas.
Minha mãos, pobres mãos, no toque do toque da sua pele. Sentia nítida a pele que por baixo corria o sangue nas veias.
O cheiro do gosto do beijo mau dado na nuca. O gosto da nuca. O cheiro.
Tantas pernas, já não sabia quais eram as minhas, quais eram as suas. Emaranhado de nossas pernas. Eu em você. Você em mim. Por alguns instantes... nós.
Um sorriso na hora errada que para um beijo. Um gosto que eu não senti direito e queria de novo. Roubava, mas roubava no bom sentido. Te trapaceava, mas trapaceava no bom sentido. Te sentia no melhor dos sentidos.
Realidade? Não é que ela existe?! O relógio físico já havia marcado mais de uma hora incessante. Foi aí que descobri a diferença entre segundos de ponteiros e os segundos de pulsar das veias.
Por fim, as células sentiram falta. O gosto deixou marcas.
E a cada vez que tento pôr um ponto, a caneta insiste em escapar pra linha de baixo e fazer uma virgula.

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