quinta-feira, 18 de março de 2010

Se eu pudesse mostrar o que você me deu
Eu mandava embrulhar chamaria de meu.
Melhor forma não há, pra guarda um amor.
Então preste atenção ou me compre uma flor

Vem, me faz um carinho, me toque mansinho,
Me conta um segredo, me enche de beijo.
Depois vai descansar, outra forma não há
Como eu te valorizo, eu te espero acordar.

Se eu ousar te contar o que eu sonhei.
Pode ate engasgar, pagaria pra ver.
Melhor forma não há, pra provar meu amor
Eu te presto atenção tento ser sua flor.

Vem, te faço um carinho, eu te toco mansinho,
Te conto um segredo, te encho de beijo.
Depois vou descansar, não vou te acompanhar.
Espero que entenda.

Vem, te faço um carinho, te toco mansinho,
Te conto um segredo ou te encho de beijo,
Depois vou descansar, não vou te acompanhar.
Espero que entenda e volte pra cá.

(Tiê - Te valorizo)

... E enfim, aquele rosto veio. Veio de encontro ao meu, veio de encontro ao sol. Claramente pude ver seus olhos, seus lábios... E tão de perto, pude ouvir sua voz.
Talvez fosse impressão, mas seus olhos brilhavam mais que o normal, e eu conseguia olhar pra eles. Conseguia te tocar sem medo, conseguia, mesmo ali, abaixo do sol, ver o sol dentro de tudo que estava alí.
Deu-me sua mão, "vem". Inocentemente, aquele rosto indiferente me fez seguir por uma estrada sem fim, porém sem medo. Sem retorno, me vi presa, apenas contigo, rosto estranho.
Pude senti-lo, ainda o sinto. Seu cheiro era ainda melhor que a verdadeira aparencia de seu rosto, limpido, sem sombras diurnas.
E enfim, a janela não se tornara mais uma barreira. Infelizmente, olhei para trás e o perdi do meu campo de visão. Onde estará? Estou perdida neste caminho, ao qual, você me ensinou andar, porém, não me ensinou prosseguir. Volte. O sol está para sumir. Ainda quero ver a lua, se possível, ao seu lado.
A brisa insessante, se tornou um vento forte, batendo em meu rosto. Me machucava. O sol queria me queimar, queria me deixar aflita. O silêncio. O silêncio. O som do silêncio me incomodava mais do que mil vozes juntas, sem que nenhuma dessas vozes fossem a sua. E onde está? Onde? Eu não tenho sinais. Apenas o silêncio das mil vozes que não me importam. O silêncio de sua voz.

quinta-feira, 11 de março de 2010

... E a luz se abriu mais reluzente, como eu havia dito. Pude ver todos os detalhes do sol, batendo forte, cada vez mais forte em meu rosto. Rosto... E aquele rosto? Veja, aquele rosto... Está cada vez mais claro, e cada vez mais tenho a certeza que já o vi.
Agora, permito-lhe, rosto, que se aproxime de mim. Permito-lhe mostrar o que é você, quem é você, o que você quer aqui em frente a mim, na frente da minha janela, do meu sol. Não vou impedí-lo de dizer, quero te ouvir mais, agora. Ainda acho que já ouvi sua voz... Diga, diga.
O sorriso estampado. Por coincidencia, seus olhos brilham. A poça de água se seca, ela precisa de mais água.
Sinto um gosto amargo as vezes, e as vezes este mesmo sol me encomoda. Mas assumo gostar muito disso. Assumo gostar de sentir isso sempre que venho até aqui.
Assim que os olhos se abrem, assim que o sol sai no céu. Seguindo em direção a janela. Sentindo a espectativa. Vejo, os mesmos olhos. A mesma boca. Ouço, a mesma voz.
Deuses! Sinto que necessito de seu conhecido rosto desconhecido cada vez mais. Acho que, no momento, este é o único motivo que me trás a essa janela, a este dia, a este sol.

domingo, 7 de março de 2010

Impregnado no céu, a nuvem. No olhar, o medo. Nas mãos, a neblina da manhã fria.
Essa mão perde-se quando não está de encontro a sua. Esses olhos, perdem-se quando não estão abertos. Está nuvem, está prestes a cair em forma de mais neblina.
Hoje, não posso ver os horizontes. Não posso ver o mundo como antes, porém meus olhos estão abertos.
As nuvens não existem mais no céu, porém, a neblina não sumiu.
E isso tudo, porque minhas mãos ainda se encontram sozinhas, longe das suas.
E eu, que sempre quis ser apenas um folha em um espaço vago, hoje, sou apenas o espaço sem nenhuma folha. E se o dia decidir ser profundo em cada palavra, cada gesto, prometo fechar meus olhos e fingir que ao meu redor só existe o eu e eu.
As lembranças são as folhas, o medo o espaço, e o dia, sou eu mesma. Reconstruindo... E eu, que sempre quis ser apenas lembranças, hoje, sou apenas um medo sem lembranças. E se eu decidir seu profunda em cada palavra, cada gesto, prometo fechar meus olhos e fingir que ao meu redor só existe o eu e você.

sexta-feira, 5 de março de 2010

E não me deixe errar pela segunda vez. Pela terceira vez. Pela milésima vez.
E não me deixe levar pelas brisas recobertas de nuvens.
E que eu não acredite mais em meia dúzia de palavras, mas talvez acredite em um só gesto.
Uniformemente desenfreado. Uniformemente medonho e sem destino.
... E logo após sentir a brisa batendo em meu rosto, pude abrir os olhos e ver que o pesadelo havia acabado. Que o dia já estava bem no alto do céu. Que todo aquele "pra sempre", se foi em questão de tempos, de um pesadelo. Um pesadelo constante. Mesmo abrindo os olhos, as memórias me faziam recordar, me faziam querer sofrer por algo, que já não fazia sentido, então eu sorria pra poder deixar a luz do céu entrar dentro do meu corpo. Acreditava eu, que assim, meu coração poderia se derreter de todo o gelo que encobria sua circunferencia.
Meus olhos lacrimejavam. Mas dessa vez, não era de tristeza. Dessa vez, era apenas porque a luz do sol batia forte neles, batia tão forte, que me obrigava a sorrir, e assim, cada vez mais, iluminar meu interior.
Quase sem poder enchergar, fixei meus olhos para o horizonte e vi um rosto. Um rosto ao qual tive a impressão de que já tinha visto antes. Um sorriso ao qual imaginei já ter visto antes. Olhos que eu imaginei já ter visto antes. Uma voz, que imaginei já ter escutado antes. Porém, tudo era diferente. A semelhança só me mostrava a diferença.
Mesmo com toda a luz e toda a diferença, eu ainda sentia o frio atrás de mim. O frio que ainda estava dentro do meu quarto, alí, atrás da janela. Esse frio se chamava medo e insegurança.
Tentei seguir em frente, sair alí mesmo pela janela, mas ouvi alguém me dizer que se eu arriscasse tão rapido, me perderia rapidamente também.
Resolvi ficar parada, porém, aquele corpo desconhecido completamente conhecido se aproximava, fazendo com que eu conseguisse enchergar cada vez mais seus olhos, sorriso, e que escutasse melhor sua voz.
Algumas vezes a insegurança me fez dar um passo pra trás, rumo a escuridão, mas eu me segurei e me mantive firme, até que pudesse ver seu rosto por completo.
Agora que vejo quase tudo, te peço, não me decepcione. Não quero retomar ao quarto escuro. Não quero dar um longo passo de volta pro meu pesadelo.
O sol brilha, eu quero vê-lo, mas tenho medo. Tenho muito medo. Tenho insegurança atrás de mim.
Agora me faz três pedidos e três promessas. Com seus três pedidos, eu me sentirei mais segura. E com suas três promessas, eu não sentirei mais medo, e me entregarei de vez a luz do sol brilhante, reluzente, pra poder assim, sentir a chuva caindo sobre nossos corpo, enquanto dançamos uma valsa eterna, um movimento contínuo, que não depende apenas do corpo, mas também, de uma poça de água que agora cerca meu coração.