domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ela se fez forte. Deixou Paris. Levou paris embora, levou a brisa, levou-se fora d'alí.
Juntou seus cacos, deixou pelos caminhos os abraços e esqueceu de tudo quanto era imagem que podia lhe aflingir.
Uniu-se em prantos. Se dispersou em cantos. Levou-se mais uma vez, fora daqui.
Atou-se a ela. Fez uma trança, catou as malas, tomou sua última xicara de café.
Sentiu-se pela primeira vez em morte, forte. Sentiu-se pela primeira vez.
Sabia que de tudo o que tinha, o que havia era só ela. De alma pra fora, de dentro da alma, tudo era.
É a partir d'alí.
Nesses caminhos, nessas circunstâncias encontrou um rapaz de mesma bagagem. Juntou-se as tralhas, olhou de canto com desprezo. Longe de mim.
Decidiu levar em frente de frente o que lhe passava em mente, que era nada mais do que ir e ir.
Foi-se.
O rapaz a segui-la por migalhas no caminho, se pôs a chamar a atenção da pariense mal educada.
"O que quer? Morra, suma daqui."
Juntando-se de migalhas, pouco a pouco, ele se impôs a moçoila. Ela se desdenhou e deixou que ele a fizesse fraca. Fraqueza, daqui em diante é declinio.
De declinio por declinio, por fim a moça percebeu seu ápice. Seu ápice mais do que de morte, de consolo.
O rapaz desatou suas mãos quando ela menos esparava e, ao abrir os olhos, ao abrir o sorriso, ele se fez ir na luz da lua. Ele se foi.
Ela se consolou aos braços de outros, se consolou as mãos de outros que inigualavelmente eram melhores. Porém, o desprezo aséptico da moça a fez perceber que a sua força estaria presente dentro de si.
Ela retornou a Paris.

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