terça-feira, 9 de novembro de 2010

Lavo minhas mãos. Espere.
Não há nada tão importante que não possa esperar. Espere.
Deixei, estive, esteve. Estivemos.
Nada de dor, nada dói, nada de tentar por tanto tempo.
O tempo. O dilema. A voz interior.
Ela disse que tudo isso era pecado. Ela disse que tudo isso passa rápido.
Se livrou da hipocrisia e se prendeu ao medo.
Nada a declarar, após duas doses e meia. Nada mais. Nada além de um suspiro e mais um gole.
Deixou estar. Deixou, apenas. Lavou suas mãos assim como eu.
Ela se sentia distante, por mais que não quisesse, estava aqui.
Dançou o tango desesperadamente e suspirou por mais que nada lhe fosse lícito. Espere.
Seu olhar. Fugacidade plena, exorbitante. Meia noite. Meio dia dos diamantes.
Ao ouvir a valsa, esperou que o tempo percorresse seu corpo. Um dedo a mais. Mais uma dose.
Ela se enfrentou. Enfrentou o medo. E mais um suspiro pleno de dor.
Apenas esperou até que o tango acabasse, e assim, pudesse ouvir sua valsa interior.

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