segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A noite caiu como um véu negro em seus pensamentos amargos e efemeros. Esperou a noite e ela veio. Assim ela esperava e almejava mais. Ela sempre esteve alí, o céu é que não a vê.
Teve como refúgio seus medos e desejos. Seus medos que lhe proporcionaram o nada. Deles, não tirou absolutamente nada. E seus desejos, estes que deixaram-lhe com seus pensamentos, lembranças e algumas marcas no pescoço, talvez.
Naquela noite, não esperava nada. Não queria nada além de seu costume. Nada além de suas músicas. Nada além de seu corpo tocando o vento. Ninguém por perto.
Ao telefone não atendia. Ao seus pensamentos não atendia. Apenas sentia e ouvia o som do vento.
Obrigou-lhe a abrir os olhos. Obrigou-lhe sorrir, quem sabe. Esperava algo?
Três passos a frente e alí estava o vento. Alí estava a brisa, alí estava seu estado mais pacifico possível. Estava sua calma, sua angustia. Estava seu medo e sua segurança. Estava sua paixão e sua dor.
Tocou-lhe os cabelos, tocou-lhe todo o corpo e apagou seu cigarro. Um sorriso como resposta, apenas. O vento.
Se lembrou do passado, gastou seu futuro alí. Fechou as mãos e os olhos. Suspirou profundamente e deixou que a música entrasse em sua alma.
O vento cada vez mais forte. O toque cada vez mais forte. Os pensamentos. Tudo. Mais.
Poderia lhe visitar todas as noites. Perder o tempo. Perder a lua. Ninguém olharia pra ela.
Achava mesmo que seria esquecida pela noite. Achava mesmo que seria um simples objeto. Assim como lhe tem a obsessão, mas lhe falta o objeto. Um objeto. O objeto.
Tente acalmar a noite antes que a leve.

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